Resenha: O Oceano no Fim do Caminho | Neil Gaiman

 Título: O Oceano no Fim do Caminho

Autora: Neil Gaiman

Editora: Intrínseca

Número de páginas: 204

Classificação: ★★★★★

Sinopse:

Um homem adulto retorna para casa após muitos anos longe para um funeral. Mas no trajeto ele se descobre indo em direção a um fazenda que visitou quando tinha apenas sete anos. Ele vai visitar um pequeno lago aos fundos e lembranças de uma aventura completamente esquecida começam a retornar com força total. Agora ele tem novamente sete anos e vai reviver todos aqueles acontecimentos que o maravilharam e assustaram tanto. Por mais improvável que tudo aquilo pareça, foi tudo real. E o mais real de tudo foi a amizade dele com Lettie, a sua primeira amiga de verdade.

Resenha:

   Esse está sendo um dos livros mais comentados no momento. A capa é linda e o autor é muito famoso pelas suas obras (Sandman, Coraline...). Mas não é isso que faz de O Oceano no Fim do Caminho uma relíquia, e sim o fato dele conseguir abranger tanta coisa de uma infância sem perder o foco de uma verdadeira criança.

   “Livros eram mais confiáveis que pessoas.”

   O protagonista (que não tem o nome revelado) embarca em um passeio pela magia junto com sua nova amiga, Lettie – que por acaso tem uma família bem legal.

   O autor se preocupou em colocar sempre o pensamento infantil, a pura e inocência mente de uma criança de sete anos, colocando uma brecha para pensarmos no que nos tornamos ao envelhecer.

   “Ela era adulta, e, quando os adultos entram em guerra com as crianças, eles sempre vencem.”

   Há mistério, sonhos, magia e uma aventura que te deixa ansioso por cada virada de página. E tem o oceano... que é um lago e um oceano ao mesmo tempo, uma verdade e uma fantasia que você mergulha e te preenche.

   “Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro.”

   Tem toda a complexidade infantil e o relacionamento que nós temos com nossos pais quando somos crianças, quando temos que apenas assentir e obedecer ou quando somos obrigados a sentar na mesa e comer.

   Mas tem também a amizade que é a chave mestra para abrir o caminho de sonhos que trilha nossas vidas. E é essa amizade que faz você imaginar o quanto vale a pena ser criança.

    “– Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito [...] E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...”

   Com certeza um dos melhores livros que li esse ano. Lindo e tocante. E cheio de trechos interessantes, como podem ver.

   “– Ah, os monstros tem medo. E os adultos [...] Por fora são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. A verdade é que não existem adultos. Tirando a vovó, claro.”