Leitura no Vagão
é um projeto maravilhoso: de tempos em tempos, eles entregam livros ou
dentro do vagão mesmo, ou em alguma ação em frente à estações de metrô.
Após a leitura, você “esquece” o livro no metrô, e outra pessoa pega,
lê, e faz a mesma coisa que você fez!
Eu
fui na última ação deles, do Dia da Mulher. Além do livro, ganhei um
marcador artesanal feito de lixa de unha, em formato de flor! Muito
amorzinho!
Espero
conseguir participar de mais ações, pois o projeto é sensacional, e as
pessoas envolvidas são bem legais. Além de pegarmos um livro,
interagimos e ainda temos o dever de passá-lo para frente, para outra
pessoa aproveitar também.
Sobre o livro…eu esperava mais. hahaha.
Sinopse:
Carlo
Antonini recebe uma nova paciente em seu consultório, em Nova York. O
que parece uma consulta trivial, pouco antes de uma viagem que o
terapeuta fará a São Paulo para uma palestra e alguns dias de férias,
desencadeia uma trama envolvendo um casamento conturbado, uma
organização suspeita de terrorismo, um assassinato e uma história
familiar de vingança.
O livro traça o paralelo aparentemente
improvável entre o que Antonini desconfia se esconder sob as palavras de
sua paciente — a descrição de uma festa com seus dois filhos na qual
tudo será “vermelho e branco” — e o encontro fortuito, num restaurante
do bairro da Liberdade, com uma namorada vietnamita dos tempos em que
morou em Paris. “A tentativa de me enlouquecer, maquinada por duas
mulheres perigosíssimas?”, ele pergunta a certa altura. A resposta
talvez esteja em outra fala sua: “Policiais e psicanalistas, temos isto
em comum: não acreditamos em coincidências, não é mesmo?”.
Nesse
mergulho num mistério que une passado e presente, há momentos dignos de
um thriller, como o cerco a um suspeito num drive-in da zona leste
paulistana, ou as conversas entre o narrador e um célebre consultor
americano especializado em segurança pública. Ao mesmo tempo, emerge das
ações externas uma reflexão delicada sobre identidades individuais — de
ordem étnica, religiosa, ideológica, sexual — no mundo contemporâneo.
Por
trás de tudo, como uma suma da variedade de temas que o romance trata
por vezes com tensão dramática, por vezes com leveza e ironia, a
impossibilidade de estabelecer uma versão definitiva dos fatos. “O que
aconteceu é, antes de mais nada, o que contamos no primeiro relato”, diz
Antonini. “E isso vale sobretudo quando se trata de um acontecimento
que preferiríamos deformar ou esquecer”. Uma lição que terapeutas e
escritores, acostumados a lidar com a ambiguidade das palavras e com as
verdades construídas pelos mecanismos subjetivos da memória, sabem desde
sempre.
“Quer saber se fico louca por conta própria ou só pelo prazer de contar minha loucura para você?”
Então, A Mulher de Vermelho e Branco, de Contardo Calligaris,
é uma leitura que eu recomendo, sim, mas creio que você deva se
interessar por psicologia. Pois há muito deste tema em todas as páginas.
Afinal, Carlo é terapeuta.
Toda
a história tem pontos que vão se ligando, e você acaba lendo pra saciar
a curiosidade. Quem conhece quem? Quem fez o que pra quem? rs
Há
também uma mistura legal de nacionalidades e histórias dos personagens.
Além disso, acabamos conhecendo mais alguns pontos interessantes da
psicologia, e notamos como realmente os fatos são interpretados de
maneiras diferentes, por pessoas diferentes.
E hoje foi dia de esquecê-lo no metrô ;) espero que o próximo aproveite a leitura!!!
Oi, Aline! :)
ResponderExcluirJá ouvi falar desse projeto, mas infelizmente nunca tive a sorte de me deparar com um livro por aí haha
Abraços,
Flávia Bergamin
voceetaolivro.blogspot.com.br