Crítica | Jogos Mortais: Jigsaw


Título : Jogos Mortais - Jigsaw
Direção: Michael e Peter Spierig
Roteiro: Josh Stolberg e Peter Goldginger
Elenco:  Matt Passmore, Callum Keith Rennie, Clé Bennett e Hannah Emilly Anderson
Classificação:
Sinopse : Sabia-se que o assassino John Kramer (interpretado por Tobin Bell) - o assassino Jigsaw - estava morto há 10 anos, porém a descoberta de corpos faz com que a polícia questione essa morte. Seria um fã querendo imitar os hediondos crimes cometidos por Kramer ou será que ele não morreu? Seja quem for, os detetives Halloran (Callum Keith Rennie) e Keith Hunt (Clé Bennett) estão correndo contra o tempo para salvar novas vítimas afinal, os jogos recomeçaram.


                                                Resenha

O recomeço dos jogos

Para os fãs de horror, a notícia de uma nova produção na sua franquia preferida pode dividir opiniões. Há quem ache que novos filmes podem estragar o universo preexistente; existem aqueles que defendem a perpetuação da obra no cinema por meio de revisitações - sejam remakes, prelúdios ou reboots -, além daqueles que apenas acompanham a jornada dos lançamentos do gênero nos circuitos cinematográficos, sem muito se prender aos antecessores e sim na sessão que foram assistir. Por conta disso, a estreia do oitavo filme sobre o assassino vivido por Tobin Bell gerará grandes discussões.

Jogos Mortais: Jigsaw traz para o fã da brutal saga um sabor inenarrável de nostalgia ao mesmo tempo que demonstra como a fórmula fílmica está gasta. O filme é um banho de sangue e crueldade intercalado com suspense e perseguição policial usual deste universo - ou seja, nada de novo. Jigsaw não implementa nada para a franquia, a não ser a sensação de que produtores e estúdios de terror tentam forçar uma ideia que há muito se esgotou.

A ideia usada para revitalizar a saga criando, talvez, uma chance de se fazer uma nova safra de filmes é pobre, desconexa e nada criativa. Mesmo com uma direção e elenco razoáveis, Jigsaw não tem como emplacar perante os outros Jogos Mortais. Quando olhado isoladamente, o filme funciona muito bem como um terror gore com muita violência gráfica; o problema, contudo, é sua correlação criativa e histórica com a franquia. Mesmo que seja cinematografica e divertidamente melhor que Jogos Mortais V, VI e O Final - cujo são confusos e não tão bem elaborados quanto os anteriores - não há como ele se sustentar no mundo fictício de John Kramer.

Para quem é um amante de terror - principalmente aqueles que tem estômago para o grotesco - Jogos Mortais: Jigsaw vale a pena quando se pensa apenas nele. Assistir ao filme comparando-o com as outras obras sobre Kramer da produtora Twisted Pictures - ou até mesmo querendo manter um vínculo cronológico com os antecessores - é um erro. Caso queira relembrar a sensação de escutar as célebres frases do sinistro boneco de ventríloquo, boa sessão. Ou se quiser um entretenimento macabro durante 92 minutos, um ótimo filme. Como diz o próprio Jigsaw, a escolha é sua.

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