Autor: Matt Haig
Editora:
Harper Collins
Número de
páginas: 320
Classificação:
Sinopse:
Tom Hazard esconde um
segredo perigoso. Ele pode aparentar ser um quarentão normal, mas por causa de
uma estranha condição está vivo há séculos. Da Inglaterra elisabetana à era do
jazz parisiense, e de Nova York aos mares do sul, Tom já testemunhou tanto que
agora precisa apenas de uma vida normal. Sempre trocando a identidade para se
manter a salvo, ele encontra o disfarce perfeito trabalhando como professor de
História em Londres. Assim, pode trazer suas experiências do passado como fatos
vivos. Pode manipular as histórias para seus alunos. Pode levar uma vida
normal. Tom só não pode se esquecer da primeira regra. Aquela sobre paixão…
Como parar o tempo é um romance doce e envolvente sobre como se perder e se
encontrar na própria história. É sobre as certezas da mudança dos tempos e o
tempo que a vida leva para nos ensinar como vivê-la.
Resenha
Resenha
Acredito que qualquer pessoa possa
escrever sobre a vida em uma folha de papel, mas poucos vão saber como passar
suas nuances de uma forma doce e clara para quem lê, e Matt Haig é um desses
poucos. O mais prestigiado autor inglês de livros de ficção e não ficção para
jovens e adultos já teve a maioria de seus livros traduzidos para mais de
trinta idiomas, como é o caso do best-seller Como Parar o Tempo, e este foi meu
primeiro contato com sua literatura.
Devo admitir que não sou uma grande fã
de livros de romance e fantasia, mas assim que li a sinopse, fui pega pela
curiosidade (até porque a-m-o livros que me façam ver outros pontos de vista a
respeito da vida). Achei audacioso alguém transpor numa história totalmente
poética, doce e leve, de cunho não tão adulto e com linguagem acessível, algo
tão profundo como a vida, o tempo que leva para aprender a vive-la, o amor, o
medo e o constante encontro e desencontro com nós mesmos que enfrentamos nessa
travessia.
Dito isso, aqui começa a história. Nosso
personagem principal, Tom Hazard, é um ser humano marcado profundamente pelo
tempo. Com seus 430 anos de vida, conta dos perigos que sua condição lenta de
envelhecimento trouxe tanto para si quanto para as pessoas próximas, levando-o
a seguir um estilo de vida de fuga.
Trocas constantes de identidade e mudanças de local a cada 8 anos o perseguem para que sua vida seja mantida em segurança, fazendo com que ele adote uma regra, a que o impede de criar o laço de afeto mais profundo entre os seres humanos: o amor. Logo a frente, cansado desta vida de forçado desapego, anseia por uma vida comum. Retorna à Londres, cidade que lhe rendeu fortíssimas lembranças, e assume uma nova identidade, a de professor de História (que ironia, não é mesmo?).
Trocas constantes de identidade e mudanças de local a cada 8 anos o perseguem para que sua vida seja mantida em segurança, fazendo com que ele adote uma regra, a que o impede de criar o laço de afeto mais profundo entre os seres humanos: o amor. Logo a frente, cansado desta vida de forçado desapego, anseia por uma vida comum. Retorna à Londres, cidade que lhe rendeu fortíssimas lembranças, e assume uma nova identidade, a de professor de História (que ironia, não é mesmo?).
Tom utiliza suas lembranças e as
transforma em aulas de história. Então, seguindo com sua vida tranquila,
ninguém desconfia de sua identidade... mas aí conhece Camille, professora de
francês da mesma escola. Além disso, nosso personagem esconde segredos em
relação a seu passado que não pode revelar.
A partir daí a narrativa começa a
tomar rumos interessantes. Com muito mistério, uma série de reflexões a
respeito de quem somos e com personagens inusitados, Tom conta sua história sem
índices, capítulos, ou qualquer outra coisa que sinalize a linearidade temporal
da narrativa. Aqui, passado, presente e futuro são abordados como um só,
mostrando ao leitor que somos inteiros. Somos lembranças do passado, feitos do
presente e desejos do futuro. Tudo acontecendo de uma vez só e ao mesmo tempo.
Enquanto lia, não pude deixar de lembrar de uma frase de José Saramago em Ensaio Sobre a Cegueira, que define muito bem a história: “Afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo. Já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte”
Como Parar o Tempo é uma história que,
embora de ficção, está presente em todos nós. É a busca constante por si na
própria vida. É a reflexão das escolhas que fazemos. É a busca por uma luz no
fim do túnel. E posso garantir: esse livro entrou para minha estante de livros favoritos.
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