Título: Motorrad - A trilha da Morte
Data de lançamento: 01 de março de 2018
Direção: Vicente Amorim
Gênero : Suspense
Nacionalidade: Brasil
Data de lançamento: 01 de março de 2018
Direção: Vicente Amorim
Gênero : Suspense
Nacionalidade: Brasil
Sinopse:
O jovem Hugo (Guilherme Prates)
disposto a unir-se ao grupo de amigos motoqueiros do seu irmão Ricardo (Emílio
Dantas), rouba peças para montar sua própria moto. Com êxito, embarca na trilha
e, no caminho, conhece a misteriosa Paula (Carla Salle) ao atravessar um
misterioso muro. A partir daí, a vida de todo o grupo parece ser questão de
tempo.
Resenha
Não é de hoje que o cinema
nacional mostra sua constante evolução e produz, com boa frequência, uma boa
quantidade de filmes. Contudo, também é verdade que a variedade de temas,
subtramas e principalmente gênero é bem reduzida e em torno dos mesmos pilares:
desigualdade social, corrupção e pobreza quando trata-se de dramas ou ações
policiais; romances tidos como ”água com açúcar” ou comédias escrachadas com
uma boa dose de sexualidade e palavrões. No entanto,’’Motorrad – A trilha da
Morte” do diretor Vicente Amorim é uma diferente forma de fazer cinema
nacional.
O filme narra a história de
Hugo (Guilherme Prates) – um jovem motoqueiro com impressionantes habilidades
mecânicas do veículo – que tem a vontade de unir-se ao grupo de amigos do seu
irmão mais velho Ricardo (Emílio Dantas) em uma viagem de moto por trilhas em
busca de paisagens bonitas e sossegados. No caminho, encontram-se com a
misteriosa Paula (Carla Salle) – personagem a qual já tinha aparecido no
caminho de Hugo – e uma série de acontecimentos põe a vida do grupo em risco
iminente.
Apesar de uma boa dose de
derramamento de sangue em cenas extremamente bem construídas,’’Motorrad’’ não é
necessariamente um filme de terror/horror. O roteiro consegue construir bem uma
narrativa que transita bem entre o medo constante de morrer de forma brutal e o
suspense, esse último sendo inclusive norteador da trama. Afinal, o filme do
início ao fim transmite uma eterna sensação de incômodo – causada
principalmente pelo pouco acesso às informações, peculiaridade essa tanto dos
próprios personagens como a quem mergulha na obra – assim, a própria cidade
onde ocorre, nome de alguns personagens e, pasmem, quem são os vilões e suas
motivações, não são informações dadas – são, no máximo sugeridas e cabíveis de
diversas interpretações, insinuadas de maneira sutil.
Dessa forma, “Motorrad – A
trilha da Morte” torna-se uma aprazível obra caso o telespectador permita-se
debruçar-se sobre uma narrativa onde tudo ecoa como minunciosamente misterioso
por conta de um roteiro bem construído. Além disso, é necessário destacar dois
elementos de destaque no filme. O primeiro é o constante estado de silêncio
entre os personagens criando assim um clima de tensão – inclusive com uma ótima
primeira sequência de cenas extremamente aflita.
O segundo ponto é a excelente fotografia. As imagens são extremamente lindas e dignas de verdadeiras molduras. E não estão desconexas do roteiro – como comumente acontece em películas que no intuito de não ter o que mostrar, apostam na fotografia para ganhar tempo – sendo, em’’Motorrad’’, mais um elemento do constante ar de mistério e tensão.
Dessa forma, a obra de
Vicente Amorim – salvo algumas soluções fáceis de personagens – não é meramente
um filme que funciona de forma satisfatória, como também abre a possibilidade
de mais uma vertente que o cinema nacional pode-se debruçar, fugindo assim do
lugar comum.
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