Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman
Roteiro: Phil Lord e Rodney Rothman
Elenco: Shameik Moore, Jake Johnson, Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Brian Tyree Henry, John Mulaney, Kimiko Glenn, Nicolas Cage e Liev Schreiber
Sinopse: Miles Morales (Shameik
Moore) era um garoto comum até o dia que ele foi picado por uma aranha
radioativa e ganhou os conhecidos poderes do Homem-Aranha. Miles acaba
encontrando Peter Parker (Chris Pine) em seu embate final como
o Aranha e é inspirado por Peter a se tornar o novo herói da cidade. Dias após a morte de Parker, Miles encontra alguém que se assemelha ao falecido. Para a sua surpresa, a pessoa era de fato Peter Parker, mas uma versão vinda de outra dimensão. Juntos, Miles e o outro Peter (Jake Johnson) descobrem que existem outros Aranhas na cidade e isso tudo foi causado pelo acelerador de partículas de Wilson Fisk (Liev Schreiber), o Rei do Crime. Agora eles precisam se unir para impedir que Fisk ative novamente o acelerador e destrua não só a casa de
Miles, mas todas as outras dimensões de seus amigos heróis.
A Sony surpreende e entrega uma das melhores animações do ano
A
expectativa está perto de acabar. Os fãs do Aranha podem se preparar
para mais uma sessão de aventuras espetaculares com o herói da Marvel. O
longa-metragem da Sony Pictures Animation chega aos cinemas brasileiros no dia 10 de janeiro e será um bom concorrente para os costumeiros lançamentos da Disney de início de ano. Homem-Aranha no Aranhaverso chega aos cinemas com a certeza de que irá extasiar o público com a sua estética genial e um enredo que prende a atenção de qualquer pessoa – até mesmo dos leigos sobre as histórias do Homem-Aranha.
Com notas elevadas em sites de crítica e uma arrecadação que já ultrapassa o valor do investimento, Spider-Man: Into the Spider-Verse (título
original) será um ponto fora da curva dentro da Sony. Como é de
conhecimento geral, a Sony é uma empresa com diversos problemas em suas
produções. A divisão da empresa que cuida das animações é a mais caótica possível. A franquia Os Smurfs (2011 – 2017) e o longa Emoji: O Filme
(2017) são alguns dos exemplos de erros de produção, tom e qualidade de
narrativas. Como agravante da situação, desde a conclusão dos
live-actions dirigidos por Sam Raimi, nenhuma produção sobre o
Homem-Aranha ou seu universo foi verdadeiramente satisfatória – com exceção de Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), o qual só foi bem produzido e coordenado por fazer parte do Universo Cinematográfico Marvel. Apesar desse cenário controverso, Aranhaverso surge como um farol de esperança para os fãs do herói e executivos da Sony.
O
primeiro detalhe que impressiona o espectador é a estética da animação.
Feito com computação gráfica, os designers visuais do longa optaram por
dar vida as páginas das hqs. O resultado é uma experiência relacionada com a projeção infantil. Quando crianças, as pessoas costumam ler os comic books e imaginar aquilo tudo acontecendo em sua mente, como uma espécie de figura celeste que observa tudo do céu – como em uma das histórias de Contos de Nova York (1989). A sensação ao assistir Homem-Aranha no Aranhaverso é exatamente
a mesma. O público volta aos momentos da infância onde imaginava
aquelas páginas de quadrinhos ganhando vida através de suas histórias. Não
existe um só momento onde essa percepção visual se perca, a sua execução
é impecável.
A
escolha do enredo também foi acertada. Abordar o multiverso do
Homem-Aranha a partir da criação de um desses heróis foi uma ideia
brilhante. A construção da personagem e, consequentemente, do herói é
feita diante dos olhos do espectador. Afinal, a narrativa se debruça na
origem do Aranha vivido por Miles Morales. Usar outros universos do Aranha para formar esse novo herói – uma vez que ele não existia nos cinemas – foi a sacada brilhante de Phil Lord (Uma Aventura Lego, de 2014) e Rodney Rothman, os roteiristas da produção.
As
aparições de cada uma das personagens do Aranha retratadas no longa tem
um intervalo de tempo relativamente grande quando pensadas as suas publicações. A escolha delas foi
estrategicamente arquitetada para dar liga ao roteiro de Lord e Rothman. O Homem-Aranha original e sua releitura dos anos 2000, Aranha noir, Mulher-Aranha, Porco-Aranha, Aranha anime e o primeiro Aranha negro. Diversas personagens
com suas características diversas, seus mundos distintos e um só
objetivo: salvar pessoas. Essa composição de cada um dos Aranhas do
filme é bem explícita. A apresentação dos heróis – por
mais breve que fosse – conseguia passar as características essenciais
de seu universo. É através dessa mistura de Aranhas que o
multiverso é mostrado nas telonas e, dessa mesma forma, é construído o
universo da animação. O cuidado ao compor os heróis e suas características deu liga a um filme sem pontas soltas cujo desempenho é invejável.
A atmosfera heroica
é perfeita. O nascimento cinematográfico desses múltiplos Aranhas – em
especial o Miles – tem uma representatividade sem precedentes para a
expansão das possibilidades de histórias e criações fílmicas. Homem-Aranha no Aranhaverso
abriu portas para um futuro interessante para a Sony Pictures.
Além disso, a animação relembra ao público o quão vasto é o campo da animação e como as suas possibilidades não tem precedentes. O sucesso dessa produção já está garantido, com direito a uma forte concorrência as outras animações que estiverem nos cinemas nesse período. Ademais, o longa finaliza a sua brilhante performance com uma das melhores cenas pós-créditos já vistas no universo dos heróis.
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