Autora: Kerri
Maniscalco
Editora:
DarkSide Books
Número
de páginas: 347
Gênero:
suspense, thriller, investigação, romance.
Sinopse: Audrey Rose não é a típica donzela inglesa do século XIX.
Quando ninguém está vendo, a jovem realiza autópsias no laboratório de seu tio,
contrariando a vontade de seu pai e todas as expectativas da sociedade. Ela
pode não saber fazer um penteado elaborado, mas faz uma incisão em Y num
cadáver como ninguém. Seus estudos em medicina forense a levam na trilha do
misterioso Jack, cujos assassinatos brutais derivados de uma terrível sede de
sangue amedrontam a cidade. E Audrey Rose, empoderada desde o berço, quer fazer
justiça às vítimas - mulheres sem voz e marginalizadas por uma sociedade
extremamente sexista. Na companhia de Thomas Cresswell, o aprendiz convencido e
irritante de seu tio, ela decide seguir seus instintos e os rastros de sangue
do notório assassino. Afinal, nenhum homem foi capaz de descobrir sua
identidade. Esse é um trabalho para uma mulher.
Resenha
Não
é todo dia em que você se depara com uma história de investigação forense em
que é uma mulher que sai pelas ruas de uma Londres Vitoriana atrás de um
notório serial killer e que acaba
sendo uma das médicas que realizam as autópsias das vítimas. Obviamente Rastros
de Sangue me fisgou logo de cara e coloquei minhas expectativas lá nas alturas
por conta da criatividade da autora. Para a minha felicidade, essa história
conseguiu concluir todos os requisitos e ainda de quebra me presenteou com um
enredo ricamente construído com personagens dignos de serem apreciados.
Diferente
das moças aristocratas, Audrey não almeja jantares e festas extravagantes com
integrantes da sociedade. Ela se sente muito mais confortável na companhia de
um cadáver do que na presença de outras damas. Prefere costurar pele morta a
bordar tecidos. Então quando uma mulher é encontrada brutalmente assassinada,
Audrey enfim descobre a sua oportunidade para demonstrar suas habilidades ao seu
tio cientista e provar para todos que é absolutamente capaz de realizar o seu
trabalho tanto quanto um homem. Tendo como companhia o sarcástico colega de
laboratório para investigar os crimes, juntos buscam encontrar respostas e desmascarar
a verdadeira identidade de Jack, O Estripador.
Kerri
conseguiu utilizar de fatos reais e ingressá-los em uma história instigante que
prende a atenção do inicio ao fim. Claramente percebemos que houve a
necessidade de uma intensa pesquisa sobre os crimes do serial killer Jack, que ocorreu em meados de 1888 na pacata Londres.
A forma como ela conduz a história, ora colocando assuntos verídicos, ora
colocando sua própria criatividade fizeram com que esse livro se tornasse um
dos meus favoritos de 2018. Para pessoas que gostam de um bom livro de suspense
e investigação, Rastros de Sangue - Jack, o Estripador é tiro e queda e que não
vai decepcionar o leitor.
Se
não bastasse uma ótima trilha de suspense, Kerri consegue nos fazer vibrar com
a interatividade entre Audrey e Thomas. Sério, quase cheguei a entrar em
combustão espontânea perto desses dois.
"-Você não vai me dar algum esclarecimento quanto ao local que estamos indo? Ou o suspense faz parte da surpresa?"."-Você não consegue deduzir, Cresswell?"."-Eu não sou mágico, Wadsworth", disse ele. " Eu consigo deduzir quando os fatos me são apresentados, não quando são propositalmente obscurecidos".
Foram
pouquíssimas coisas que acabei não gostando do livro. E é uma pena que não
posso comentá-los, pois isso acabaria soltando um spoiler.
Entretanto,
apesar disso, é um livro que eu recomendaria para qualquer um. Aliás, para
qualquer um que tenha “estômago” para ler, afinal, há várias partes bem
descritivas a respeito das autópsias e só alguém que esteja acostumado a ver
esse tipo de coisa aguentaria ler essas cenas sem soltar os bofes para fora. Tirando
esse adendo, é uma ótima leitura que
consegue chamar a atenção de qualquer um.
Por
fim, recomendo esse livro para as pessoas que gostem de um boa narrativa
carregada de tensão e originalidade. Fãs de Sherlock Holmes e livros de terror
não irão se decepcionar.
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