Título: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 296
Classificação:
Sinopse: Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.
Resenha
Capitães
da areia, é um dos muitos romances escritos pelo autor brasileiro Jorge Amado.
Teve sua primeira publicação em 1937, e fez parte de um novo movimento
intitulado como “romance de 30”, que tinha como um dos propósitos, inserir na
literatura, questões sócio-políticas. Inclusive, no ano de lançamento, centenas
de exemplares de Capitães da areia, foram queimados em praças públicas em várias
capitais do Brasil.
Nessa
obra, conta-se a história de meninos que viviam nas ruas de Salvador cometendo
pequenos furtos a cidadãos da cidade e até mesmo a casas. O grupo, que contavam
com aproximadamente 100 crianças entre 09 e 16 anos, espalhadas por toda a cidade,
e tinham esse nome, pois refugiavam-se em um trapiche abandonado próximo ao
cais.
Qual a
chance, de que com um enredo desse, em algum momento da leitura, você possa ter
lágrimas caindo dos seus olhos?
O livro é
repleto de personagens, e apesar da quantidade de crianças existente no grupo,
só algumas receberam destaques. Entre eles estão: Pirulito, Sem-pernas, Gato,
Professor, Volta seca, João Grande, Boa-vida, Pedro-bala, que é o chefe dos
capitães da areia e Dora, a única menina integrante do grupo.
A obra
tem inicio de uma forma bem interessante, com cartas publicadas em um jornal
local bastante famoso, que conta sobre os delitos cometidos pelo grupo, e as
autoridades da época, empenhadas em conseguir prender o líder dos capitães,
depois disso, tudo é narrado em terceira pessoa.
Acontece
que a vida dos capitães da areia não é nada fácil, e isso, pelo que eu pude te
informar acima, é de fácil percepção. São crianças, muitas órfãs, outra que
fugiram dos maus-tratos das suas famílias, que precisam cometer delitos para
sua própria sobrevivência.
Quando começamos a mergulhar nessa leitura, podemos ver a genialidade e
inteligência desses meninos, que apesar de não terem nenhum tipo de estudo,
usam a vida (seja na forma de malandragem ou apelando para a própria situação
que vivem) como forma de aprendizado. Muitas vezes durante o livro, nós
leitores, esquecemos que a história é sobre crianças, porque eles não agem como
crianças, não falam como crianças e poucas vezes brincam como crianças.
O livro,
no geral, tem uma linguagem bem tranquila, com poucas palavras que precisam de
buscas no dicionário.
Ao
propor-se a ler “Capitães da Areia”, o leitor irá encontrar muita emoção, ter o
sentimento de revolta com momentos em que percebemos o quanto na verdade,
muitas dessas crianças querem apenas um pouco de carinho, e em momentos de
aquecer o coração de felicidade, com a pureza da descoberta do primeiro amor,
ou simplesmente porque em pouquíssimos momentos você verá essas crianças sendo,
apenas aquilo que na essência elas são, crianças.
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