Editora: Seguinte
Número de páginas: 210
Classificação:
Sinopse:
Ao longo de sua jornada, a paquistanesa Malala Yousafzai visitou uma série de campos de refugiados, o que a levou a pensar sobre sua própria condição de migrante — primeiro dentro de seu país, ainda quando criança, e depois como ativista internacional, livre para viajar para qualquer canto do mundo, exceto sua terra natal.
Em Longe de casa, que é ao mesmo tempo um livro de memórias e uma narrativa coletiva, Malala explora sua própria trajetória de vida e apresenta as histórias de nove garotas de várias partes do mundo, do Oriente Médio à América Latina, que tiveram que deixar para trás sua comunidade, seus parentes e o único lar que conheciam.
Numa época de crises migratórias, guerras e disputas por fronteiras, Malala nos lembra que os 68,5 milhões de deslocados no mundo são mais do que uma estatística — cada um deles é uma pessoa com suas próprias vivências, sonhos e esperanças.
Nada melhor do que explicar esse livro do que com as palavras
da própria Malala Yousafzai:
“Meu atual objetivo é viver no presente e focar no futuro,
mas sei que o interesse das pessoas não cessou. Se contando minha história
posso ajudar a divulgar a história de outras meninas, é o que vou fazer. Sou
parte do grupo de pessoas que não teve escolha a não ser deixar sua casa para
trás. E, juntas, nossas histórias se espalham pelo mundo ao mesmo tempo que
permanecem firmes em nossos corações. ”
É de uma coragem tremenda da Malala, por mais uma vez contar
sua história de tanto sofrimento, apesar de já tê-la contado tantas outras
vezes, mas como ela disse: É para que outras fortes meninas possam ser ouvidas,
principalmente porque esse é um assunto muito delicado. Países no mundo estão
em guerra; pessoas inocentes estão morrendo; sendo torturadas; meninas estão
sendo proibidas de estudar, forçadas a viver vidas terríveis, indignas. E nós
aqui vivemos em um país, que apesar de não ser o melhor país para viver, não
precisamos nos exilar, pois não temos medo de morrer, de ser livre, de amar, de
estudar...
O sofrimento delas é distante, mas vivemos em um mesmo
mundo, no mesmo planeta, conseguimos chegar até lá com uma viagem de avião, em
apenas algumas horas. Por isso precisamos saber a realidade de outras pessoas,
que não estejam vivendo na mesma realidade que a gente, e principalmente,
precisamos reagir e ajudar, pois nenhuma pessoa merece passar pelo que elas
passaram, muito menos crianças.
O livro conta a história de diversas meninas, tão
importantes quanto Malala. Meninas independentes, que a única coisa que queriam
era viver em paz e, principalmente, ter o direito de estudar e de viver com sua
família. Muitas delas foram afastadas de pessoas que amam, para não mais viver
com medo. Muitas delas são, ou foram, imigrantes ilegais em outros países, pois
estavam com medo da morte. E esse livro nos faz enxergar a grandeza dessa
realidade, e em como precisamos agradecer pela vida que levamos.
É um livro bastante fácil, rápido de ser lido, mas
definitivamente não é leve. É preciso ser forte para caminhar junto com Zaynab,
Sabreen, Muzoon, María, Naidina, Maria Claire, e muitas outras meninas que
merecem ser ouvidas. Mas também é engrandecedor saber que temos mulheres tão
fortes, lutando pelo direito dos seus iguais. São pessoas a nos inspirar. São
guerreiras!
“Nunca deixa de me chocar que as pessoas consideram a paz
algo garantido. Sou grata por ela todos os dias. Nem todo mundo tem essa sorte.
Milhões de homens, mulheres e crianças testemunham guerras diariamente. A
realidade dessas pessoas envolve violência, lares destruídos, vidas inocentes
perdidas. A única escolha que tem para se manter seguras é ir embora. Então
elas “escolhem” ficar longe de casa. Só que não é exatamente uma escolha.”
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