Autor: Sally Rooney
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 262
Sinopse: Na escola, no interior da Irlanda, Connell e Marianne fingem não se conhecer. Ele é a estrela do time de futebol, ela é solitária e preza por sua privacidade. Mas a mãe de Connell trabalha como empregada na casa dos pais de Marianne, e quando o garoto vai buscar a mãe depois do expediente, uma conexão estranha e indelével cresce entre os dois adolescentes – contudo, um deles está determinado a esconder a relação.
Um ano depois, ambos estão na universidade, em Dublin. Marianne encontrou seu lugar em um novo mundo enquanto Connell fica à margem, tímido e inseguro. Ao longo dos anos da graduação, os dois permanecem próximos, como linhas que se encontram e separam conforme as oportunidades da vida. Porém, enquanto Marianne se embrenha em um espiral de autodestruição e Connell começa a duvidar do sentido de suas escolhas, eles precisam entender até que ponto estão dispostos a ir para salvar um ao outro. Uma história de amor entre duas pessoas que tentam ficar separadas, mas descobrem que isso pode ser mais difícil do que tinham imaginado.
"O fenômeno literário da década." – The Guardian
Pessoas Normais... Um livro complicado, que comecei não
entendendo muito bem o objetivo, principalmente com um pouco de raiva do modo
de escrita, por dois motivos: o primeiro porque as falas são dentro das frases,
dentro dos parágrafos, sem travessão, e sem aspas. Então sem atenção, sempre
passamos despercebidos por uma fala do personagem, e precisamos ler de novo
para entender o que está acontecendo e quem está falando; O segundo porque a
cronologia não segue uma linha. No meio de uma cena, começa outra cena de
algumas semanas ou meses antes para explicar o que estava se passando. Depois,
no próximo capítulo, o mesmo: são meses depois, com cenas entrecortadas para
explicação.
A primeira ressalva, das falas sem indicações, continuou me
irritando durante todo o livro, mas isso não é um defeito da escritora, mas sim
o modo como foi editado e formulado. O segundo, as cenas entrelaçadas, eu acabei
me acostumando. É um estilo de escrita, e já esperava essa “reação” do livro ao
longo dele.
Bom, o livro me lembrou muito Um Dia e Simplesmente
Acontece. Em que a vida de duas pessoas está sempre em movimento, e ao
mesmo tempo se encontrando e se afastando. Eu, no início, sentia raiva dos
personagens, pois tudo que dava errado, era simples falta de diálogo e
comunicação, depois eu comecei a entender o que a autora queria nos passar:
exatamente o título do livro Pessoas Normais.
Pessoas, muito menos adolescente, não vem com manual de
instrução. Não sabem se relacionam com outras, como muitos livros adolescentes
mostram: Pessoas que nunca se relacionaram e sabem exatamente como se
comportar, sem ser infantis, ou errarem e sabendo como conversar e resolver
assuntos sem mal-entendidos. Eles dois: Connell e Marianne são realmente pessoas normais, com inseguranças,
problemas pessoais e de relacionamento. E não sabem conversar, achando que
algumas atitudes estão subentendidas com pequenas falas ou atitudes, que são
imperceptíveis pela outra pessoa. Muitos dos problemas que houve no
relacionamento deles, eu só queria gritar: CONVERSEM! Mas é fácil para mim, de
fora, lendo o livro saber que esse era o problema deles, enquanto de dentro,
realmente, muitas pessoas não falam o que pensam ou o que estão sentindo achando
que o outro deveria saber o que estamos pensando.
Além disso, o livro fala e discute diversos assunto
pertinentes na nossa sociedade atualmente, como o machismo e o patriarcado
marcados e que muitas vezes, determinam certas características nossas.
De modo geral, percebo que os homens estão muito mais preocupados com a restrição das liberdades das mulheres do que com o exercício da liberdade pessoal desses mesmos.
Gostei muito do livro, apesar de achar que algumas cenas
poderiam ter sido mais detalhadas, sendo um pouco corrido em tudo, mas é um
livro bom de ler e pensar sobre como os relacionamentos seriam mais fáceis se
houvesse diálogo, e pensar se nossos próprios relacionamentos não são assim.
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