Crítica | Eternos


Título: Eternos (Eternals)

Direção: Chloé Zhao
Roteiro: Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo, Matthew K. Firpo
Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Kit Harington, Salma Hayek, Angelina Jolie
Lançamento: 03 de novembro de 2021
Classificação:⭐⭐

Sinopse: Após os eventos de Avengers: Endgame, uma tragédia inesperada força antigos alienígenas que vivem na Terra a milhares de anos em segredo a sair das sombras para se reunirem contra o inimigo mais antigo da humanidade, os Deviants.

Mais um bocado de heróis entediantes.

Sucintamente, Eternos é a junção de dois tipos de filmes que não se misturam bem, colocar Chloé Zhao como diretora de um blockbuster da Marvel resulta em um híbrido defeituoso de arthouse com elementos de super-heróis que simplesmente não se fundem bem. Kevin Feige deve voltar a antiga fórmula e contratar diretores para fazer filmes mais próximos dos gêneros nos quais eles já estão bem radicados, como Taika Waititi em Thor: Ragnarok, esses acabam sendo os de melhor resultado.

Nos demais aspectos técnicos (CGI, trilha, figurino, SFX) o filme é razoável. O elenco é diverso e bastante representativo, mas mais importantemente esse filme deixa a desejar no departamento dos personagens. Eles são muitos e o filme fica extremamente maçante em momentos, por ter que dar conta de caracterizar todos eles em um espaço de tempo relativamente curto, e mesmo assim o filme acaba com mais de duas horas e meia. É demais.

Para completar, quando você lembra que ainda tem 2 cenas pós-créditos (extremamente decepcionantes por sinal) vira uma tortura, pessoalmente penso que esse é um truque/artificio que já tudo o que tinha que dar. Sinceramente em momento algum consigo me importar pelo o que está acontecendo e as possíveis consequências, apesar da grandiosidade dos riscos que são implicados, caso os heróis falhem. Acredito que ainda seja ressaca dos 2 últimos Avengers.

Temas como personalidade, condicionamento, doutrinação e livre-arbítrio acabam sendo explorados de forma tão superficial, graças a festa monótona de CGI que esses filmes acabam obrigados a entregar, que deixa um gosto amargo muito forte na boca. Ver tanto potencial não utilizado torna a experiência de assistir esse filme quase dolorosa.

Zhao é uma boa cineasta, é uma típica auteur que teve total controle do processo criativo de Eternos, mas o gênero de ação de super-heróis absolutamente não combina com seu histórico. O que temos no final não é um filme da Zhao bancado pela Marvel, mas sim um blockbuster genérico que por acaso é dirigido por uma vencedora do Oscar.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário