Título: Todos a bordo
Autor: G. R. Slivar
Editora: Viseu
Sinopse: Esther começou a tocar flauta ainda quando criança em sua cidade natal, na Síria. Quando a instituição terrorista mais perigosa do país, conhecida como Organização, intensificou seus ataques, Esther foi obrigada a deixar sua família e fugir para a Suíça onde esperava integrar uma das mais famosas orquestras do mundo. Durante sua jornada, porém, a Rússia orquestrou ataques perigosos contra à Organização, transformando o Secretário de Defesa Dimitri em um dos homens mais procurados pelo grupo. Por coincidência ou destino, Dimitri embarca no mesmo trem de Esther, assim como também Emmanuel, membro da Organização cuja missão é explodir o trem antes que este chegue ao seu destino.
Resenha
Em "Todos a bordo" somos apresentados a três personagens que não sabem, mas tem seus destinos entrelaçados. Todos eles estão no mesmo trem a caminho da Suíça, mas cada um por um motivo. Esther é uma jovem da Síria, que viu a guerra destruir tudo ao seu redor, para buscar uma vida melhor e mais segura, ela é obrigada a deixar sua família e se tornar uma refugiada em outro país. Agora ela realizar seu sonho de se tornar uma musicista em uma das melhores orquestras da Europa. No trem, a caminho de lá, ela conhece Emmanuel, que também é do mesmo país, mas ela não sabe que ele faz parte da Organização, um grupo terrorista.
Emmanuel carrega uma história que sempre foi moldada ao redor dos ensinamentos radicais da Organização, agora é a vez dele cumprir uma missão importante: explodir o trem em que está, para destruir um inimigo. Este inimigo é Dimitri, um membro do governo russo, que foi responsável por comandar diversos ataques na Síria, principalmente contra a Organização. Através das conversas entre Esther e Emmanuel, e os relatos dos três personagens, sobre suas histórias de vida e como chegaram até ali, o leitor vai ser instigado a avaliar como somos moldados por nosso passado e família, sobre sonhos, esperanças, liberdade e poder.
Esse livro foi uma surpresa pra mim. Não imaginava que a leitura seria tão fluida e rápida, e conseguisse abordar tantos tópicos e pensamentos antagonistas de uma forma simples, mas completa. Acompanhamos uma refugiada da guerra, com toda a sua vivência como vítima dos confrontos, também temos um terrorista, que acredita na motivação por trás de tudo isso, e um político poderoso, que orquestra tramas para conseguir o que ele ou seu governo deseja. Uma tríade que está totalmente relacionada, quando pensamos em uma guerra, como a da Síria.
O livro aborda toda a viagem de trem, aproveitando para nos apresentar os personagens e suas histórias, enquanto os dois jovens, Esther e Emmanuel conversam e debatem seus sonhos e esperanças, ou a falta deles. Enquanto isso, o leitor se pergunta o que irá acontecer no final dessa história. Como comentei, a leitura é rápida, debatendo diversos pontos interessantes. Não é um livro que envolve muita ação, apesar da premissa tensa. Mas consegue prender o leitor até o final.
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