Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Sohrab Noshirvani, Adam
Sztykiel, Rory Haines
Elenco: Dwayne Johnson, Aldis
Hodge, Pierce Brosnan, Sarah Shahi, Noah Centineo, Quintessa Swindell
Gênero: Ação, Herói, Quadrinhos
Classificação:2/5
Sinopse: Adão Negro é o filme
solo do anti-herói, baseado no personagem em quadrinhos Black Adam (Dwayne
Johnson) da DC Comics. Na antiga Kahndaq, Teth Adam recebeu os incríveis
poderes dos deuses, mas depois de usá-los para vingança e se tornar o Adão
Negro, ele foi aprisionado. Quase cinco mil anos se passaram, e o Adão Negro
passou de homem, a mito, e lenda. Agora libertado, sua forma única de justiça,
nascida do ódio, é desafiada por heróis modernos que formam a Sociedade da
Justiça: Gavião Negro, Senhor Destino, Esmaga-Átomo e Ciclone.
Resenha
Essa semana chega aos cinemas Adão
Negro, com a promessa de modificar a escala de poder dos heróis já
apresentados no Universo da DC. Pra isso, a Warner Bros. resolveu
entregar um personagem não tão conhecido do grande público nas mãos de Dwayne
Johnson (também conhecido como The Rock), para dar vida ao anti-herói
extremamente poderoso, contudo de conduta duvidosa. Mas será que o longa
consegue equilibrar todas as expectativas criadas com a tarefa de ser um bom
filme de introdução? A resposta imediata é: não.
Para inicio de conversa, Adão
Negro é originalmente um vilão que faz contraponto com Shazam, e se
você assistiu o filme de 2019, talvez entenda porque ambos tenham o mesmo símbolo,
poderes parecidos, ou são transformados pelo mesmo mago. Mas se você não viu o
filme anterior, não verá qualquer tipo de ligação aqui. Nesse longa, Teth Adam
(Dwayne Johnson) tem uma origem um tanto diferente, mas isso não chega a ser algo
significativo, o problema mesmo está... em todo o resto.
Talvez o maior dilema dos últimos
filmes do gênero de herói seja compreender que não adianta ter grandes estrelas
como personagens principais quando não se tem o básico: um bom roteiro. Esse é o
pilar de qualquer boa produção. Nenhum filme se sustenta sem ele e isso independe
de simplicidade ou complexidade. Se esse faz sentido, todo o resto pode ser extremamente
mediano, e mesmo assim, o filme vai dar certo. E aqui começa a grande questão
sobre Adão Negro.
Num longa de origem, normalmente apresenta-se
a mitologia do personagem e estabelece-se elementos que permearão o enredo pelo
resto do filme. Mas ao invés de apresentar de forma clara esses elementos, os roteiristas
caem na primeira armadilha: trazem um conflito sem sentido. Ficaram tão focados
em mostrar como o personagem se tornou o salvador de uma pátria esquecida, que
jogaram pro alto a coerência. Por causa desse erro, o que vemos ao longo das
2h04min é uma reação em cadeia.
Com um roteiro falho, o filme tenta
se agarrar a tudo que já foi feito em outros longas do mesmo estúdio - ou do
concorrente: Uma trilha sonora impactante, mas que raramente funciona, humor escrachado,
que poucas vezes acerta seu timing, uma relação “Monstro vs. Criança”
herdados de Exterminador do Futuro 2(1992), que em alguns momentos parece forçada,
personagens introduzidos que em nada acrescentam a trama, intrigas completamente
desinteressantes que não levam nada a lugar nenhum e que se tornam uma constância
pra reafirmar algo que já tinha sido resolvido nos primeiros 20 minutos de exibição.
Dito isso, importante ressaltar: o filme não é um desastre completo.
Ainda que pareça que The Rock
esteja sempre representando um personagem que provavelmente você já viu em
praticamente qualquer outro filme dele, o mesmo se esforça bastante para que o
personagem não ser esquecível. Nem sempre ele consegue. O lado bom, se é que
podemos chamar assim, é que a estória tem bons coadjuvantes. O destaque mesmo vai para Pierce Brosnan como Senhor
Destino (não, ele não é Victor Von Doom, esse vilão é da Marvel). O
personagem fica com uma proeminência visual extremamente significativa aqui e certamente fará o
grande público rememorar um certo Doutor das HQs. Se pensou em Stephen
Strange, acertou em cheio, já que Pierce só aceitou o papel por ser muito fã de
Doutor Estranho(2016). Outros destaques são Quintessa Swindell, como a
intensamente colorida Cyclone e um ranzinza Gavião Negro vivido por Aldis Hodge.
Mas o melhor desse longa certamente são suas participações especiais, mas não darei
detalhes sobre isso. Apenas direi o seguinte: espere um pouco pela cena extra,
ela certamente faz valer o ingresso.
Com erros crassos, Adão Negro
peca em tentar fazer aquilo que se é proposto: não apresenta tão bem seu
personagem principal, não tem uma estória que impressione e apesar de boas
cenas de ação, não consegue sustentar um enredo meramente interessante. Ainda
que não seja um completo desperdício, certamente não é um filme que agradará
todo mundo. Talvez os de mente aberta possam ter uma experiencia digna, mas é impossível
não sentir um gosto amargo ao pensar nas possibilidades desperdiçadas por um
roteiro raso, maçante e previsível. Só nos resta torcer para que o filme dê
mais frutos do que prejuízos para o futuro Universo DC.
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