Pobres Criaturas | Crítica

Título: Pobres Criaturas

Direção:Yorgos Lanthimos

Roteiro: Tony McNamara

Elenco: Emma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef, Margaret Qualley, Alfie Blessinton

Gênero: Drama, Fantasia

Classificação: 4,5/5

Sinopse: A jovem Bella Baxter é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter. Querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella exige igualdade e libertação

Chega hoje ao cinemas Pobres Criaturas, o tão aguardado filme do criativo Yorgos Lanthimos. Aqui ele escolhe fazer sua própria versão de Frankhistien, com a jovem e curiosa Bella, vivida brilhantemente com Emma Stone, que precisa conhecer a dor a e delícia do que é ser. Mas de tantas formas que Yorgos poderia contar essa história, a que eles escolheu é de longe a mais fascinante.

Inspirado no livro de Alasdair Gray, aqui, o expediente diretor escolhe se utilizar não só do lúdico da fantasia, mas também a escolha de cores, e até mesmo lentes para nos tirar do comodismo. Tudo presente nesse longa o torna incomum e parece ter um objetivo muito bem estabelecido. Mas é realmente o conjunto da obra que abrilhanta os olhos.

Com um roteiro desafiador, de diálogos rápidos e incômodos, seria impossível fazer esse filme sem um elenco que correspondesse ao nível de carisma necessário para o longa ser o que é. Quem melhor do que Willem Dafoe para interpretar o cientista "louco" de forma inventiva e nada parecida com seus papéis anteriores? Ou a escolha surpreendente de Mark Ruffalo como um Don Juan? Mas ainda assim, nada disso funcionária se não fosse por Emma Stone.

A mesma declarou que ao interpretar Bella Bexter, escolheu fazê-la como alguém que se apaixonou por viver e talvez essa seja a melhor definição para a personagem.

É  com Bella que somos instigados a questionar, refletir, indagar, conhecer a real essência da humanidade. As estranhezas das descobertas de Bella e como ela passa a experimentar e experienciar o mundo, são disparadas as melhores coisas desse longa, que consegue misturar situações tristes ou inusitadas de forma tão única que tornava muito possível rir no meio de tragédias, ou se sensibilizar com situações cômicas.

Pobres Criaturas é um convite a um mergulho. Enquanto Bella conhece as vastidão  de possibilidades do mundo e vai se transformando com e através dele, os espectadores também são colocados em posição de indagações sobre ética, moral, códigos e normas que nos foram ensinados a obedecer tão docilmente ao longo da história. Tudo isso feito com camadas sobrepostas e muito bem construídas, fazendo com o espectador saia da sala compreendendo que acabou de receber de presente uma obra de arte muito fascinante de desembrulhar.

Boa sessão para você!