Crítica | Parthenope: Os Amores de Nápoles

Título Original: Parthenope

Direção: Paolo Sorrentino

Gênero: Drama

Elenco: Celeste Dalla Porta, Stefania Sandrelli, Gary Oldman

Sinopse: No caos agitado de Nápoles, acompanhamos a história indomável de Parthenope, uma força da natureza, do pós-guerra até os dias atuais. Este conto narra sua busca incansável por liberdade, seu amor visceral por uma cidade de mil rostos e as inúmeras formas do amor – algumas edificantes, outras destrutivas, muitas mantidas em segredo. Parthenope não é apenas sobre uma mulher, é a jornada épica de uma comunidade inteira, uma reflexão sobre como o tempo molda os destinos e uma celebração da vida em todas as suas nuances.

CRÍTICA

"Parthenope", o mais recente mergulho de Paolo Sorrentino na alma de Nápoles, me deixou com uma sensação agridoce. Acompanhar a jornada da protagonista homônima, desde a juventude vibrante dos anos 1970 até a maturidade reflexiva de 2023, foi como folhear um álbum de memórias de uma vida que não vivi, mas que, de alguma forma, me tocou profundamente.

Celeste Dalla Porta, em sua estreia, me conquistou com a complexidade de Parthenope. Sua beleza, inicialmente um presente, logo se transforma em um fardo, uma prisão da qual ela anseia escapar. A química com Gary Oldman, que interpreta o melancólico John Cheever, é palpável. As conversas entre os dois, permeadas de reflexões sobre a vida e a arte, me fizeram questionar minhas próprias escolhas e prioridades.

A fotografia de Daria D'Antonio é um espetáculo à parte. Cada cena é um quadro meticulosamente pintado, uma ode à beleza de Nápoles. Confesso que me perdi em algumas cenas, admirando a estética arrebatadora do filme que tem uma narrativa, menos focada em eventos concretos e mais em atmosferas emocionais, convidando o espectador a uma contemplação sobre a beleza fugaz da juventude, a nostalgia e a inevitável passagem do tempo.

Parthenope" é uma meditação visual sobre a beleza e a efemeridade da vida. Embora possa não alcançar o patamar de outras obras de Sorrentino, oferece uma experiência sensorial rica e imersiva, capturando a complexidade de Nápoles e de sua heroína titular. Para os apreciadores do estilo do diretor e para aqueles que buscam um cinema esteticamente envolvente, este filme é uma adição valiosa.